Separamos algumas expressões, muito comuns, para você cortar do seu vocabulário, e apresentamos soluções alternativas, porque elas são totalmente substituíveis e absolutamente desnecessárias na nossa sociedade.  

E aí, você já usou alguma das expressões abaixo?

“Denegrir”

Essa palavra é usada para expressar uma situação de difamação, contudo, seu real significado é “tornar negro”. Remetendo-se, assim, à ideia de que tornar negro seria algo ruim.

Solução alternativa: difamar.

“A coisa tá preta”

Remete à uma situação que não está agradável. Assim, associando o preto a algo desconfortável. Isso é racismo.

Solução alternativa: A coisa não está boa ou a coisa não está agradável.

“Não sou tuas negas”

Na época da escravidão, os “senhores de escravo” faziam o que queriam com as mulheres negras escravizadas. Elas eram assediadas, e estupradas, espancadas e torturadas.

A frase deixa explícito que com as negras se pode fazer de tudo, mas com as demais não.

Solução: Mande o indivíduo cuidar da própria vida.

“Criado-mudo”

No período escravocrata brasileiro, havia um escravo que passava a noite inteira ao lado da cama de seus “senhores” segurando uma jarra d’água ou algum outro objeto e deveria ficar em silêncio o tempo todo.

Já pensaram o que é passar por isso?

Soluções alternativas: mesa lateral ou mesa de cabeceira.

“Feito nas coxas”

As telhas eram moldadas nas coxas das escravas – um processo doloroso, já que o barro secava na pele delas que deveriam ficar paradas por horas – e como os corpos eram obviamente diferentes, as telhas tinham formatos diferentes e, por isso, eram consideradas malfeitas.

Solução alternativa: Malfeito.

“Mercado negro”, “humor negro”, “lista negra”

Assim como acontece nas expressões “denegrir” e “a coisa tá preta”, remete ao que é negro ou preto é ruim ou é mau.

Soluções alternativas: Mercado proibido, humor ácido e lista proibida.

“Cabelo ruim”, “Cabelo de Bombril”, “Cabelo duro”

Ou “Pixaim”, ou “quando não está preso, está amarrado”.

Não existe cabelo bom ou ruim. Essas expressões são fruto do racismo, de uma opressão à estética dos cabelos Afro, que fogem da normatização do branco.

São falas racistas e, infelizmente, muito usadas com crianças negras pelos colegas da escola, funcionários, até pessoas da convivência delas. Essas falas costumam se perpetuar nas universidades ou ambientes de trabalho.

Falar mal das características dos cabelos dos negros também é racismo.

Solução alternativa: cabelo afro ou cabelo crespo..

“Mulata”

Usado tanto para mulheres, quanto para homens, mas mais comum para descrever as mulheres.

A expressão é usada para se referir à pessoas negras com peles menos retintas, ou seja, é usada para “clarear” pessoas pretas, mas na realidade, compara os negros à mula, que é a fêmea resultado do cruzamento de um jegue com uma égua. Dessa forma, a expressão compara uma pessoa com um animal de forma pejorativa.

Para piorar, é muito comum usar a palavra mulata seguida pelo termo “tipo exportação”, que remete à comercialização de corpos negros femininos.

Solução: não chame ninguém de mulato ou mulata, muito menos seguido da expressão “tipo exportação”. São pessoas negras, pretas ou de pele retinta, independente da tonalidade da pele.

Fonte e mais expressões em: Mundo Negro

Nós do Conversa com Elas somos três mulheres brancas, criadas em uma sociedade extremamente racista. Todos os dias descobrimos expressões que estão enraizadas no nosso vocabulário e que fortalecem essa estrutura racista. Quando o nosso querido convidado, o Dr. Daniel (veja o vídeo dele no nosso instagram), fala que muitas pessoas têm dificuldade de enxergar o racismo, porque acham que o racismo são aquelas cenas de filmes americanos de pessoas negras sendo jogadas para fora de estabelecimentos comerciais, ele está falando que as pessoas não enxergam o racismo nas coisas mais sutis do nosso dia a dia. Dentre outras coisas, estão várias expressões que, infelizmente, crescemos ouvindo e repetimos ao longo da vida.

Essas são expressões racistas, que machucam, oprimem e ofendem.  

O racismo é estrutural em nossa sociedade. Assim, se queremos quebrar esse sistema, devemos começar agora e devemos começar das coisas mais básicas. Uma delas é não perpetuar essas expressões.

Por isso, não deixe de compartilhar esse conteúdo com seus amigos e amigas, comece a notar o uso dessas expressões e apresente alternativas pra quem as usa.

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