Possíveis definições

  • Definição pelo Wikipedia Brasil: “A cultura do cancelamento é uma forma moderna de ostracismo (um tipo de punição existente em Atenas, no século V a.C, na qual, o cidadão, geralmente um político, que atentasse contra a liberdade pública, era votado pelos outros cidadãos para ser banido ou exilado, por um período de dez anos) em que uma pessoa ou um grupo é expulsa de uma posição de influência ou fama devido a atitudes consideradas questionáveis — seja online, no mundo real ou em ambos. É uma espécie de boicote em que um indivíduo, geralmente uma celebridade, que compartilhou uma opinião questionável ou controversa, ou que no passado teve comportamento percebido como ofensivo nas redes sociais, é “cancelado”. Eles são ostracizados e afastados por ex-amigos, seguidores, apoiadores e adversários, levando a um grave prejuízo na carreira do indivíduo cancelado.” 
  • Definição trazida pela BBC Brasil: “O movimento hoje conhecido como “cultura do cancelamento” começou, há alguns anos, como uma forma de chamar a atenção para causas como justiça social e preservação ambiental. Seria uma maneira de amplificar a voz de grupos oprimidos e forçar ações políticas de marcas ou figuras públicas.

Qual é a suposta origem dessa “cultura”?

Não há uma certeza sobre a sua origem, mas há quem diga que teve sua “semente” plantada em 2017, na época das denúncias de assédio em Hollywood que culminou no movimento “MeToo”. Embora naquela época o movimento era o #metoo, a ideia de denúncia se espalhou em resposta a outras questões que precisavam de serem trazidas para o foco de discussões, especialmente sociais e ambientais.

Mas não se tem certeza se essa é a real origem.

Fato é que o cancelamento, como conhecemos hoje ganhou força em 2019, quando ativistas dos direitos humanos e mobilizadores sociais começaram a usá-lo como estratégia para pressionar personalidades e empresas que não possuíam políticas contra a discriminação e a favor da diversidade.

Exemplos

Exemplo com empresas 

Um usuário do Instagram vê que uma determinada empresa se posicionou de uma forma na rede social que viola direitos da população LGBTQIA +. Ele então registra em vídeo ou print da tela e posta em sua conta, fazendo questão de marcar a empresa e autoridades públicas ou outros influenciadores digitais que possam amplificar o alcance da mensagem. Usualmente, em questão de horas, o post é replicado milhares de vezes.

Diante dessa cascata de menções, a empresa costuma precipitar atitudes sumárias para estancar o desgaste de imagem. 

Isso também pode acontecer com pessoas! Especialmente aquelas que têm visibilidade na internet

Exemplo real com uma pessoa 

A blogueira/empresária Gabriela Pugliesi postou um vídeo em abril de 2020, no auge da pandemia de coronavírus em meio a uma festa privada gritando: “foda-se a vida”. 

Após a postagem milhares de seguidores gravaram o vídeo e reproduziram em redes como Instagram, Facebook e Twitter, manifestando indignação e marcando empresas com as quais a blogueira tem parceria e exigindo medidas das empresas. 

Estima-se que os prejuízos em contratos perdidos por Gabriela foram de 2 milhões de reais. 

 

Qual é a questão controversa dessa cultura?

Mas e as pessoas que são canceladas? Será que elas têm direito de se defenderem? Será que elas conseguem receber críticas que sejam construtivas e a façam de fato mudar? Ou será que elas são apenas amplamente linchadas e excluídas? 

Cultura do cancelamento X Parar de seguir uma pessoa

As pessoas que cancelam SEMPRE apresentam duras críticas ao cancelado, mesmo após a retratação. O que pode levar essa pessoa que foi cancelada a lidar com situações de extrema violência, que pode levá-la a ter depressão ou mesmo a tirar a própria vida. Se assemelha ao linchamento em praças públicas ou ao ostracismo de Atenas

Parar de seguir, obviamente, é uma forma de retirar a pessoa do seu radar para o algoritmo da rede social, mas se assemelha a um boicote, que também chama atenção daquela pessoa que usa o número de seguidores para se vender para as marcas com quem fecha parcerias. Essa, já era uma prática bem comum realizada por grupos de ativistas contra empresas que praticavam atos contra causas que eles defendiam. 

Indicação de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=GaNRGcH3KNg 

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